Páginas

domingo, 3 de novembro de 2013

Comunhão dos Santos


No início de novembro, celebramos a Solenidade de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos. No dia de Finados, unimo-nos aos nossos irmãos e irmãs já falecidos, que se encontram na casa do Pai, e, na Solenidade de todos os Santos, dos que já fazem parte na comunhão dos santos da Igreja celeste. Para que todos possam participar da Eucaristia, é transferida, no Brasil, para o domingo seguinte ao dia primeiro de novembro, quando este ocorrer em dia da semana.  Os santos são nossos intercessores e modelos de vida cristã. Eles não ocupam o lugar de Jesus; ao contrário, eles nos conduzem a Cristo. Por meio dos seus exemplos, somos motivados a segui-lo fielmente. Todos os Santos, isto é, os redimidos em Cristo, que viveram antes de nós, a partir de Maria, formam uma comunhão, uma unidade: são o corpo glorificado de Cristo, a Igreja dos bem-aventurados.

A Comunhão dos Santos é uma realidade consoladora de nossa fé. Nós não estamos sozinhos, existe uma comunhão de vida entre todos os que pertencem a Cristo. Essa Comunhão tem como modelo a relação de amor existente entre Cristo e o Pai no Espírito Santo. É o amor de Deus que nos une e nos purifica do egoísmo e de todas as divisões no mundo. Nós experimentamos que a comunhão com os irmãos e irmãs leva-nos à comunhão com Deus. Mesmo nos momentos de dificuldade, de incerteza e de dúvida, precisamos do apoio da fé dos outros. É importante abrirmo-nos aos outros, ou seja, apoiarmo-nos uns aos outros na fé. Jamais nos fechar, mas buscar ajuda espiritual naqueles que conosco partilham a experiência cristã. Quem de nós não experimentou inseguranças, perdas e mesmo dúvidas no caminho da fé? Tudo isso não deve nos espantar, porque somos seres humanos, marcados por fragilidades e limites. É importante lembrar que a Comunhão dos Santos não acaba com a morte: todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e os santos que estão no Céu formam uma grande família, que se mantêm unida através da intercessão de uns pelos outros.

Os santos são “bem-aventurados”, isto é, “felizes” (Mt 5,1-12). Eles não foram pessoas tristes ou infelizes neste mundo, embora tenham passado por provações, abraçando a cruz de cada dia. São santos e felizes os que vivem as bem-aventuranças: os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os puros de coração, os aflitos consolados por Deus, os que têm fome e sede de justiça, os perseguidos por causa da justiça. Este é o caminho da santidade proposto por Jesus. Somos todos chamados a ser santos, trilhando o caminho das bem-aventuranças e, deste modo, experimentando a felicidade verdadeira e duradoura que vem de Deus. Que os Santos e Santas roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que eles são, todos nós somos chamados a ser. Também nós somos chamados a participar da multidão dos santos e santas.

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)


Nenhum comentário:

Postar um comentário