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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Bispos do Brasil buscam unidade em meio às diversidades


O maior episcopado do mundo está reunido em Aparecida, no interior de São Paulo, para sua 50º Assembleia Geral. Dos 456 bispos (297 em atividade e 159 eméritos), 335 deles (sendo 29 eméritos) estão presentes.

Um episcopado formado não só por bispos de diferentes naturalidades, mas também de diferentes nacionalidades, como lembra o Bispo de Caruaru, Dom Bernardino Marchió, que nasceu na Itália, mas há 37 anos vive no Brasil.

“A Assembleia é uma grande oportunidade para nos conhecer melhor, criar laços de amizade, ver a realidade do Brasil que é muito diferente desde a Amazônia e até o Rio Grande do Sul”, destaca Dom Bernardino.

Diante de tantas realidades episcopais distintas, os bispos brasileiros compõe uma só voz que anuncia a Palavra de Deus.

"Temos consciência que devemos trabalhar pela unidade lembrando daquela oração de Jesus 'Pai, que todos sejam um para que o mundo creia'. Então se nós bispos não temos essa consciência não podemos evangelizar", salienta o Bispo de Caruaru.

Realidades distintas que compõe o grande mosaico da Igreja Católica. Em cada região, em cada diocese, em cada paróquia uma riqueza única que engrandece a fé católica, a cultura do país e a alma das pessoas.

“No nordeste temos uma religiosidade popular muito viva, com muitas tradições religiosas, mas nós conseguimos colocar em comum essas riquezas, porque Deus é o Pai único de todos nós”, exalta Dom Bernardino.

 

A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja

 

Na quinta-feira, 19, segundo dia da Assembleia, os bispos refletiram sobre o tema central deste encontro "A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja"

“Todas nossas ações evangelizadoras devem partir da Palavra de Deus, não temos outro tesouro para evengelizar. Junto com a Palavra temos, é claro, a Eucaristia, todos os Sacramentos e a comunidade, mas tudo deve ser animado pela Palavra de Deus”, enfatiza Dom Bernardino.

“Depois da apresentação do texto principal, refletimos nos diversos grupos e apresentamos sugestões para que a Palavra seja realmente esta grande força interior iluminando nossas mentes e animando nossas ações”, conta o Bispo de Santo Amaro, Dom Fernando Figueiredo.

Ele explica que tudo aquilo que é refletido na Assembleia é levado depois para as dioceses, para os padres, religiosos e religiosas e para todos os fiéis.

“Vamos agora juntar todas as sugestões e continuaremos com esse tema na manhã desta sexta-feira. Nosso desejo é ajudar a Igreja no Brasil a viver essa animação bíblica”, conclui o Bispo de Caruaru.

Fonte: Canção Nova














segunda-feira, 16 de abril de 2012

50ª Assembleia Geral da CNBB

Artigo

Nos dias 18 a 26 de abril de 2012, nós, Bispos no Brasil, estaremos reunidos em nossa 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, no Santuário Nacional de Aparecida, ou seja, na Casa da Mãe, Nossa Senhora Aparecida, onde seremos acolhidos como filhos, na busca de cumprir o que Ela mesma nos pediu: fazer o que o seu Filho nos disser! O tema central desta Assembleia jubilar será: “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. A Palavra de Deus deve ser a alma de toda a vida da Igreja. Esta existe em função da Palavra de Deus – para acolher, praticar, testemunhar e anunciar esta “palavra da salvação”. A Igreja vive para evangelizar, é orientada e conduzida por essa mesma Palavra que ela anuncia e da qual se nutre constantemente, para produzir os frutos de vida e de esperança. A Palavra de Deus é o próprio Jesus Cristo – “Palavra de Deus que se fez carne e habitou entre nós”.Sob o manto protetor da Mãe de Deus e nossa, vários assuntos estarão em pauta: comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II; 20 anos da promulgação do novo Catecismo da Igreja Católica, a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Brasil; o Sínodo dos Bispos sobre a “nova Evangelização”, que se realizará em Roma. Além de outros temas eclesiais, como liturgia, doutrina, solidariedade entre as Igrejas e, também, análise da conjuntura social e eclesial. A CNBB, que congrega os Bispos da Igreja Católica no Brasil, foi criada no dia 14 de outubro de 1952. Portanto, estaremos celebrando os 60 anos de criação da CNBB e 50 assembleias realizadas. A Assembleia anual manifesta a comunhão entre os Bispos, os pastores do Povo de Deus. Pois, “onde está o Bispo aí está a Igreja” (Sto. Inácio de Antioquia). O Bispo, legítimo pastor do Povo de Deus, exerce o serviço de “pastorear” a comunidade, animando-a na fé e conduzindo-a como Igreja peregrina na história, rumo à casa do Pai. Continuando o Cristo Bom Pastor, é sua missão governar, ensinar e santificar a Igreja que lhe foi confiada. Realiza esse serviço colegialmente, em unidade com o Santo Padre o Papa, o primeiro no colégio dos apóstolos. Todos nós, Bispos estaremos unidos com todos os fiéis. Na Casa da Mãe Aparecida estaremos em comunhão com todo o Povo de Deus, em oração, em estudo e em tomadas de decisões em conjunto, com a finalidade de servir cada vez melhor, buscando bons caminhos para a Igreja e para o povo brasileiro. Você, sua família, sua comunidade, todos são convidados a acompanhar em oração as celebrações, programas pelas TVs Católicas, pelas Rádios, pela Internet e outros meios que a mídia oferece. “Os Apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado” (Mc 6,30ss). “Todos abraçavam a fé e viviam unidos” (At 2,44). Estejamos juntos em Assembleia e em comunidade.

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena 
 Bispo de Guarabira(PB) 

Bento XVI completa 85 anos de vida e 7 de pontificado .

A Igreja no mundo inteiro tem três intenções de oração especiais nos próximos dias. Nesta segunda-feira, 16/04, Bento XVI celebra 85 anos de vida. No dia 19/04, quinta-feira, é o sétimo aniversário de sua eleição para sucessor do Apóstolo Pedro, e o início do pontificado em 24/04, terça-feira.

Em seu editorial semanal, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano, Padre Federico Lombardi, recordou a expectativa que existia na Igreja há sete anos, quando o cardeal Ratzinger foi eleito papa: “um teólogo que por tanto tempo dirigiu um dicastério tão doutrinal saberia assumir uma tarefa tão diferente: o governo pastoral da Igreja universal”.

“Nestes sete anos, vimos 23 viagens internacionais a 23 países, e 26 viagens na Itália; assistimos 4 Sínodos dos Bispos e 3 Jornadas Mundiais da Juventude; lemos três Encíclicas, inúmeros discursos e atos magisteriais; participamos de um Ano Paulino e de um Ano Sacerdotal. Por fim, vimos o Papa enfrentar com coragem, humildade e determinação – ou seja, com límpido espírito evangélico – situações difíceis como a crise consequente aos abusos sexuais”, avalia Lombardi.

Ele recorda também a produção intelectual do cardeal Ratzinger, com as obras “Jesus de Nazaré” e o livro-entrevista “Luz do mundo”. “Da coerência e da constância de seus ensinamentos, aprendemos sobretudo que a prioridade de seu serviço à Igreja e à humanidade é orientar nossas vidas a Deus”, afirma padre Lombardi, que recorda os próximos eventos importantes da agenda do papa: o Encontro Mundial das Famílias, a visita ao Oriente Médio, o próximo Sínodo da Nova Evangelização e o Ano da Fé.

O porta-voz da Santa Sé também destacou o tom do discurso do papa em seu pontificado, contrário ao relativismo e à indiferença religiosa. “A fé e a razão se ajudam mutuamente na busca da verdade e respondem às expectativas e dúvidas de cada um de nós e de toda a humanidade; que a indiferença a Deus e o relativismo são riscos gravíssimos de nossos tempos. Somos imensamente gratos por tudo isso”.

Na oração do Regina Caeli deste Segundo Domingo da Páscoa, Bento XVI pediu aos fiéis que rezem por ele, para que o Senhor lhe dê as forças necessárias para cumprir a missão. O irmão do papa, Monsenhor George Ratzinger, que vive na Alemanha, está no Vaticano para acompanhar as celebrações destes dias.
 
Fonte: CNBB

sábado, 14 de abril de 2012

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”

"Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso", afirma Nota da CNBB


A Conferência Nacional dos bispos do Brasil, logo após a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, emitiu nota oficial  lamentando a decisão. No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso".
Leia a integra da Nota:

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”
Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.
Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.
Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!
A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe.   Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção
Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.
A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

terça-feira, 10 de abril de 2012

Dom Lucena receberá Cidadania Paraibana pela AL-PB

O Bispo diocesano de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, é o mais novo cidadão paraibano. A Assembleia Legislativa do Estado aprovou o título de cidadania, atendendo a uma propositura do deputado Raniery Paulino (PMDB).

O parlamentar comentou que a homenagem faz justiça a Dom Lucena, em razão da ação evangelizadora desenvolvida pelo mesmo. “A ação de dom Lucena, tem sido uma referência, em Guarabira e no Regional Nordeste II. O mesmo tem dinamizado as atividades pastorais”, afirmou.

Dom Lucena é potiguar, natural de Jardim do Seridó e exerce também a função de Secretário Geral do Regional Nordeste II, da CNBB. Ele foi eleito ao episcopado em agosto de 2008.

A entrega do título de cidadania, será nesta quinta-feira, 12 de abril, com início previsto para as 16h, na Assembleia Legislativa, localizada no centro da capital.

CNBB convoca para Vigília de Oração pela Vida

Na próxima quarta-feira, dia 11/04, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza o julgamento sobre a descriminalização do aborto de anencéfalos – casos em que o feto tem má formação no cérebro. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou nesta Sexta-feira Santa, 06/04, uma carta a todos os bispos do país, convocando para uma Vigília de Oração pela Vida às vésperas do julgamento.
Em agosto de 2008, por ocasião do primeiro julgamento do caso, a CNBB publicou uma nota que explicita a sua posição. “A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. (...)Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso. A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade”.
A seguir, a íntegra da carta da presidência da CNBB, bem como o texto completo da nota sobre o assunto.

Brasília, 06 de abril de 2012

P - Nº 0328/12


Exmos. e Revmos. Srs.
Cardeais, Arcebispos e Bispos
Em própria sede
ASSUNTO: Vigília de Oração pela Vida, às vésperas do dia 11/04/12, quarta feira.
DGAE/2011-2015: Igreja a serviço da vida plena para todos (nn. 65-72)
“Para que TODOS tenham vida” (Jo 10,10).
CF 2008: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

CF 2012: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8).

Reafirmando a NOTA DA CNBB (P – 0706/08, de 21 de agosto de 2008) SOBRE ABORTO DE FETO “ANENCEFÁLICO” REFERENTE À ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Nº 54 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a presidência solicita aos irmãos no episcopado:
  • Promoverem, em suas arqui/dioceses, uma VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA VIDA, às vésperas do julgamento pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade legal do “aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominados anencefálicos” (CNBB, nota P-0706/08).

Cardeal Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida (SP)

Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luiz (MA)
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB

Irmãos no Episcopado,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil jamais deixou de se manifestar como voz autorizada do episcopado brasileiro sobre temas em discussão na sociedade, especialmente para iluminá-la com a luz da fé em Jesus Cristo Ressuscitado, “Caminho, Verdade e Vida”.
Informa-se que a data do julgamento da ADPF Nº 54/2004 será DIA 11 DE ABRIL DE 2012, quarta feira da 1ª Semana da Páscoa, em sessão extraordinária, a partir das 09 horas.
Com renovada estima em Jesus Cristo, nosso Mestre Vencedor da morte, agradecemos aos irmãos de ministério em favor dos mais frágeis e indefesos,
Nota da CNBB sobre Aborto de Feto “Anencefálico” - Ano 2008
Referente à Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 do Supremo Tribunal Federal
O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em reunião ordinária, vem manifestar-se sobre a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF n° 54/2004), em andamento no Supremo Tribunal Federal, que tem por objetivo legalizar o aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominados “anencefálicos”, que não têm em maior ou menor grau, as partes superiores do encéfalo e que erroneamente, têm sido interpretados como não possuindo todo o encéfalo, situação que seria totalmente incompatível com a vida, até mesmo pela incapacidade de respirar. Tais circunstâncias, todavia, não diminuem a dignidade da vida humana em gestação.
Recordamos que no dia 1° de agosto de 2008, no interior do Estado de São Paulo, faleceu, com um ano e oito meses, a menina Marcela de Jesus Galante Ferreira, diagnosticada com anencefalia. Quando Marcela ainda estava viva, sua pediatra afirmou: “a menina é muito ativa, distingue a sua mãe e chora quando não está em seus braços.” Marcela é um exemplo claro de que uma criança, mesmo com tão malformação, é um ser humano, e como tal, merecedor de atenção e respeito. Embora a Anencefalia esteja no rol das doenças congênitas letais, cursando com baixo tempo de vida, os fetos portadores destas afecções devem ter seus direitos respeitados.
Entendemos que os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação, (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, da Constituição Federal) referem-se também aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada todos os outros direitos são menosprezados. Uma “sociedade livre, justa e solidária” (art. 3°, I, da Constituição Federal) não se constrói com violências contra doentes e indefesos. As pretensões de desqualificação da pessoa humana ferem sua dignidade intrínseca e inviolável.
A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. Há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada. Aplica-se aqui, o mandamento: “Não matarás” (Ex 20,13).
Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso.
A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade.
Com toda convicção reafirmamos que a vida humana é sagrada e possui dignidade inviolável. Fazendo, ainda, ecoar a Palavra de Deus que serviu de lema para a Campanha da Fraternidade, deste ano, repetimos: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).



Dom Geraldo Lyrio Rocha

Arcebispo de Mariana (MG)
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus (AM)
Vice Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário Geral da CNBB