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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

“Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap. 1,8a) assim diz o Senhor.

Celebrar o ano litúrgico é celebrar a nossa fé, revivendo a vida do Cristo, não é uma recordação de algo que passou, mas um reviver todo o acontecimento de Jesus no hoje de nossas vidas, haja vista, que o mistério de Cristo que celebramos no decorrer do ano litúrgico nos transporta ao momento do acontecimento, enquanto sua encarnação, pregação, paixão, morte e ressurreição, bem como acontecimento que está para vir. Como diz o Catecismo da Igreja Católica: “O Reino de Deus penetra nosso tempo através das celebrações do ano litúrgico” (CIC 1168).
A Constituição Sacrosanctum Concilium diz que: “No decorrer do ano litúrgico, revela-se todo o Mistério de Cristo, desde sua Encarnação e Natividade até à Ascensão, o dia de Pentecostes e a feliz espera da vinda do Senhor” (SC 102). Isto é muito belo, pois o tão grande Mistério de Deus é desvelado na escuta atenta de sua Palavra e da santa Mesa da Eucaristia. E através da escuta e alimentação da Palavra e do Pão da vida, nós, fiéis, podemos ir entrando em contato com a realidade eterna do Senhor.
“O ciclo do ano litúrgico e suas grandes festas são os ritmos fundamentais da vida de oração dos cristãos” (CIC 2698). Justamente porque a nossa missão de cristãos é espelhar-nos cada vez mais nos ensinamentos do Cristo, Mestre e Senhor e, através dessa contemplação, nos tornar mais semelhantes a Ele. Por isso, a celebração dos nossos irmãos que nos precederam e buscaram viver essa contemplação é de muita importância.
Celebrar os santos e santas e ver os seus mais variados testemunhos de vida, nos mostra que é possível viver os ensinamentos de Jesus, e pô-los em prática na nossa vida diária. Pois celebramos aqueles que, buscando o Senhor aqui na Terra, e “conduzidos pela graça de Deus, foram recompensados com a salvação eterna, e cantam nos céus o perfeito louvor de Deus” (SC 104).
No entanto, dentro de tantas memórias, a memória da mais fiel e perfeita cristã não é esquecida, “a Santa Igreja venera com especial amor a Bem-aventurada Mãe de Deus, Maria, que, por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho” (SC 103). Isto é, Maria tem seu lugar de honra dentro da celebração do mistério de seu filho, Jesus.
Na celebração de Maria a Igreja canta os louvores daquela que foi “escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, aquela que nos deu o Salvador, o Cordeiro sem mancha, aquela, em que nos deu o Senhor, as primícias da Igreja, e a preservou virgem, livrando-a da mancha do pecado original, e enriquecendo-a com a plenitude da sua graça” como está no prefácio “Maria e a Igreja” (Missal Romano p. 677, 716).
“O ano litúrgico é o desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal” (CIC 1171). Nele, os fiéis são convidados ao aperfeiçoamento de suas práticas e a “alcançar a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem Perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4,13)
Portanto, irmãos e irmãs caríssimos (as), não percamos de vista a importância do ano litúrgico, busquemos, pois, vivê-lo de modo a nos tornarmos “imitadores de Deus” (Ef 5,1) e assim alcançarmos um dia a herança eterna para, junto com todos os Santos e Santas e a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, cantarmos o eterno AMÉM Àquele que é o princípio e para onde tudo converge, o nosso Eterno Pai, Senhor do céu e da Terra e de tudo que existe.

Seminarista Felipe José Xavier da Silva 

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