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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sínodo da Família

A família é a confirmação da bênção de Deus. Nesse olhar, vivemos este tempo especial da graça de Deus, que é a Assembleia Sinodal sobre a família, em Roma, de 04 a 25 de outubro de 2015, com o tema: sobre “a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
O Sínodo dos Bispos é um grande organismo da Igreja Católica, instituído há 50 anos pelo Papa Paulo VI, no final do Concílio Vaticano II. Ele retoma, de tempos em tempos, os grandes temas do Concílio e atualiza suas reflexões. 
Participam das assembleias do Sínodo, sobretudo bispos, representando as Conferências Episcopais de todo o mundo, escolhidos por seus pares para representá-los. Mas um certo número de bispos participantes também são escolhidos pelo próprio Papa, conforme previsto no Regulamento do Sínodo. Além dos bispos, há outras pessoas convidadas, de acordo com o tema; há sempre vários teólogos, peritos no tema, e também convidados de Igrejas cristãs não católicas. A assembleia do Sínodo é convocada e presidida pelo Papa; ele, no entanto, não coordena pessoalmente os trabalhos, mas confia essa tarefa a presidentes delegados. 
O Papa convoca o Sínodo, justamente, para ouvir a Igreja, por meio dos participantes da assembleia sinodal. Depois, ele fala por meio da Exortação Apostólica Pós-sinodal. A missão do Sínodo é a busca da comunhão e de caminhos comuns para a vida e a missão da Igreja. Esta entende que a família merece um lugar destacado nas preocupações dela mesma, mas também dos governos e responsáveis pela vida dos povos. A família é uma realidade que diz respeito a todos.
Nessa missão, a Igreja, conforme afirma o Papa Francisco, se insere como um “hospital de campanha”, em plena guerra de ideologias e de perigosas relativizações. Acolhe os feridos para qualificar homens e mulheres no desempenho de tarefas educativas, vivendo o amor e por amor, à luz da fé. Busca, assim, fazer com que cada casa, lugar sagrado, seja antídoto para a deterioração na sociedade contemporânea.
            Orientada por sua sólida doutrina, a Igreja Católica se desafia para encontrar modos e dinâmicas que façam da vida familiar um lugar capaz de formar homens e mulheres marcados pelo humanismo. Não se trata absolutamente de mudanças de práticas burocráticas, ou de relativizações pelas fragilidades da cultura contemporânea.
            O Sínodo tem suscitado os mais diversos pontos de vista sobre diferentes temas relacionados com a família. Certos meios de comunicação, alguns grupos ou pessoas, tentam descrever o sínodo marcado por conflitos e diferenças nos debates dos temas. A finalidade do Sínodo é envolver a Igreja inteira na busca das respostas aos questionamentos feitos sobre o casamento e a família na Igreja e na sociedade contemporânea. As diferenças no modo de pensar são uma riqueza.  As posições diversas não devem ser interpretadas como conflitos, mas como contribuições na busca do caminho comum e formas mais adequadas de acompanhar pastoralmente as pessoas e as situações atuais relacionadas com a família.
As reflexões Sinodais apontam para uma renovada valorização do casamento e da família, para um maior interesse pastoral em relação à família, com atenção as situações de dor e sofrimento. Esperemos seus resultados na graça de Deus, e os acolhamos com alegria para enfrentar com audácia e misericórdia os desafios do mundo de hoje, a fim de que a Igreja possa acompanhar as famílias, em fidelidade aos desígnios de Deus.


Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)

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