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segunda-feira, 25 de março de 2013

ENTREVISTA – Dom Lucena afirma que o Papa Francisco foi escolha do Espírito Santo


GUARABIRA (PB) – Em nova entrevista concedida, com exclusividade para Fato a Fato, o Bispo Diocesano de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, fala da ascensão do cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio ao posto de Papa, destaca o motivo pelo qual o Conclave foi de encontro a todos os prognósticos, expõe breve biografia do novo líder da Igreja Católica e reacende as expectativas em torno da vindo do Pontífice ao Brasil, para a Jornada da Juventude.

LEIA A ENTREVISTA

FF - Qual seu conceito do novo Papa?

DOM LUCENA - O Papa Francisco é pastor humilde, simples, próximo aos pobres, identificado com o povo simples e com o rosto de uma Igreja renovada. Logo que se apresentou diante do povo, testemunhou de modo visível sua humildade, sua simplicidade, sua experiência pastoral e sua profunda espiritualidade. É aquele que logo convida a todos a não deixarem de CAMINHAR, EDIFICAR e CONFESSAR Jesus Cristo.

FF - Por que o nome dele não estava sendo cotado e foi o escolhido?

DOM LUCENA - O nome do novo Papa estava sendo cotado pela Igreja Católica, porque ele foi um dos 115 Cardeais do Conclave, mas não estava sendo cotado pela imprensa, pelas análises e prognósticos de muita gente que não vê a eleição do Papa como uma ação do Espírito Santo. O Senhor surpreende a todos. A escolha é fruto do Espírito Santo e toda a Igreja participa dela de forma espiritual. A escolha do Papa Francisco foi o cumprimento do desejo de Cristo de haver um pastor que una e realize a unidade desejada por Cristo e reja seu povo pelas sendas da Palavra de Deus. O Espírito Santo sopra onde quer. Esse é um sinal para o mundo.

FF - Quem é o novo Papa?

DOM LUCENA - O novo Papa, o Papa Francisco, é o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936.  Primeiramente, formou-se como técnico químico, mas depois escolheu o caminho do sacerdócio e entrou para o seminário. Em 11 de março de 1958, passou para o noviciado da Companhia de Jesus. Completou os estudos humanistas no Chile, e em 1963, voltou para Buenos Aires e se formou em filosofia, ensinou literatura e psicologia. Formou-se em teologia e, no 13 de dezembro de 1969, foi ordenado sacerdote. Em seguida, foi professor de teologia, Consultor da Província Jesuítica,  Reitor do Colégio máximo, Provincial dos Jesuítas da Argentina, doutor em teologia, Pároco, diretor espiritual, confessor, Bispo Auxiliar de Buenos Aires, Arcebispo, Cardeal, Presidente da Conferência Episcopal Argentina, Membro da Congregação para o Clero e muitos outros serviços na Igreja. Um homem próximo das pessoas, muito sensível aos problemas sociais e muito atento aos pobres.

FF - Como se pode conceituar o novo Papa? Um Conservador ou um pontífice aberto às inovações que a Igreja Católica precisa?

DOM LUCENA - A um Pontífice aberto às inovações que a Igreja Católica precisa. A escolha do nome “Francisco” já dá a marca do seu Pontificado. São Francisco soube dar vida à maior reforma feita dentro da Igreja, sem romper a unidade da Igreja. E a Igreja sempre tem necessidade de inovações para ser como Jesus a quer. O novo Papa, a exemplo de São Francisco, purificará das manchas que por vezes obscurecem a face de Cristo, fará sentir a sua proximidade a todas as criaturas, para que a Igreja seja a casa de todos e ninguém se sinta constrangido de estar nela. E, nela, todos os pobres e os últimos se sentirão compreendidos e amados. Esta é a Igreja de Jesus Cristo.


FF - E as divergências com a presidenta da Argentina? Esse clima pode dificultar o pontificado do Papa Francisco?

DOM LUCENA - As divergências são frutos do anúncio do Evangelho, do zelo apostólico, da verdade que dói e da defesa dos necessitados. As divergências com a presidenta da Argentina não dificultará o Pontificado do Papa Francisco. O Cardeal Bergoglio agora é o Papa, o Bispo de Roma, o Sucessor de Pedro e chefe visível da Igreja de Cristo. Não há dúvida, o Espírito Santo conduz o Papa Francisco.

FF - Na sua opinião, o que a Campanha da Fraternidade e a juventude podem esperar do novo Papa?

DOM LUCENA - Podem esperar do Papa Francisco a motivação e adesão a todas as iniciativas que compartilhem nossa fé, sentimentos de esperança, solidariedade e fraternidade. Ele é capaz de compreender e de acolher a juventude. Na sua simplicidade franciscana, toda a juventude é abraçada. Ele viveu e organizou na Argentina a 1ª Jornada Mundial da Juventude da América Latina. Ele já encantou a juventude, quando disse: “E agora, começamos este caminho, bispo e povo, esse caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside na caridade com todas as Igrejas, um caminho de fraternidade, de amor e de confiança entre nós”.

FF - Como espera que o Papa Francisco possa gerenciar a Igreja Católica e seus problemas?

DOM LUCENA - Como o Senhor o capacitou. O Papa Francisco gerenciará a Igreja Católica e seus problemas com a graça de Deus, como sucessor do Apóstolo Pedro, como Vigário de Cristo e com seu estilo simples e direto. Na direção de uma simplicidade e de uma fraternidade maior. Ele já deu o rumo na primeira homilia, exortando a todos: “a não deixarem de caminhar, edificar e confessar Jesus Cristo crucificado. Caminhar, edificar e confessar. Mas a coisa não é tão fácil, porque, no caminhar, no construir e no confessar, às vezes existem abalos ou movimentos que não são exatamente os movimentos do caminho, são movimentos que nos puxam para trás. Quando nós caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz e professamos sem a Cruz, não somos discípulos do Senhor” disse. O Papa Francisco tem consciência da sua difícil missão. Rezemos para que o Senhor conduza sempre o Santo Padre.

Do Fato a Fato

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