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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Viagem Missiónária à Amazônia

Artigo

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Guarabira
Secretário da CNBB - Regional Nordeste 2



É preciso compreender a Amazônia. Um patrimônio do povo brasileiro e um dos maiores biomas do mundo. Além das florestas, dos rios imensos, existem comunidades de pessoas nativas, que sobrevivem com muita garra, mas precisam de apoio fraterno de todos os brasileiros. Não é suficiente acolher as informações e análises sobre a Região Amazônica. É preciso se envolver com a Amazônia. O contato com os valores da Amazônia serve para aprofundar a solidariedade para que todas as pessoas convivam com as condições de vida, próprias da região. Ao participar da V Viagem Missionária à Amazônia, de 27 de agosto a 04 de setembro de 2012, com mais onze irmãos no episcopado, na condição de convidado do Ministério da Defesa, tive a oportunidade de conhecer o trabalho das Igrejas Particulares e das Forças Armadas Brasileiras presentes na Amazônia. Instituições que tem um amor especial pela região. Lutam por uma Amazônia a partir da Amazônia. Estão inseridas, e as decisões são tomadas com a participação dos povos que habitam nessa região. Claro, que são muitos os desafios na defesa da imensa Região Amazônica e na realização de um trabalho evangelizador, missionário e samaritano. Muita coisa já foi feita, mas os desafios ainda são as grandes distâncias geográficas, a migração, as ocupações desordenadas, falta de recursos econômicos, o Estado ausente, as periferias desordenadas, povos desassistidos e abandonados. Os grandes projetos que avançam a qualquer custo, como: hidrelétricas e o agronegócio, destroem a floresta e expulsam as populações tradicionais. Há necessidade da promoção da vida; do combate à violência, ao tráfico, ao uso de drogas e ao trabalho escravo. Esperam da Igreja solidariedade e apoio. As comunidades precisam não só agir naquilo que é necessário para a própria comunidade, mas abrir-se ao trabalho missionário, ajudar na evangelização e a desenvolver atividades sociais. Que as pessoas encontrem Cristo e vivenciem a fé na comunidade. As iniciativas missionárias e ações de promoção humana e solidariedade social são sinais de esperança. A exuberãncia das florestas, com seus rios e flores, lembra que a Amazônia é obra de Deus Criador entregue aos nossos cuidados. Índios e comunidade da região amazônica, com suas crenças, sonhos e esperanças são um convite à superação das dificuldades e à construção de um futuro melhor para a Amazônia, o Brasil e o mundo. Isso requer de todos uma ação missionária. O ser missionário é a razão de ser da Igreja Católica. O mandato foi entregue diretamente por Jesus. Quando Jesus se despediu para voltar para junto do Pai disse aos apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 14,15s). Ser missionário é a razão de nossa vida, a inspiração profunda de nossa ação e o segredo da nossa espiritualidade. A Amazônia e o seu povo nos encantam na simplicidade e na fé. Que ações concretas e solidárias possam ser encaminhadas com as Igrejas Particulares da Amazónia. Que a Amazônia esteja dentro do coração e desperte inciativas e ações eficazes de valorização e defesa de toda a região. A Viagem à Amazônia edificou a minha vida pela vitalidade das comunidades eclesiais.

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