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quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavra do Bispo - Tempo da Quaresma


A Quaresma iniciada na quarta-feira de cinzas é um tempo forte de conversão e de preparação para a Páscoa. Pode ser comparado a um tempo de intenso treinamento e concentração para a grande Festa da Ressurreição. Para muitos é um tempo triste em que se cantam e rezam os sofrimentos de Jesus que morreu pelos pecados da humanidade. Por isso, todos têm de pedir perdão a Deus e fazer penitência. Oração, jejum e esmola, ao longo da história, sempre foram atitudes, gestos fundamentais nas relações das pessoas entre si, com Deus e com a natureza.
A oração deve ser mais intensa e assídua, entendida como participação no diálogo de Cristo com o Pai. O exercício da oração está inseparavelmente ligado à conversão.
O jejum e a abstinência de carne expressam a íntima relação existente entre os gestos externos da penitência, mudança de vida e conversão interior. É expressão de desprendimento e de liberdade, face aos bens terrenos que dispõe à fraternidade e à solidariedade. Em nossa realidade, o jejum ganha características de compromisso com a população empobrecida, em permanente jejum, forçado não só pela falta de comida, mas também por estar privada de acesso à saúde e às condições mínimas de saneamento básico.
A esmola é um gesto gratuito de solidariedade e partilha em favor daqueles que sofrem alguma necessidade. Dar esmola não é dar apenas algum trocado, uma roupa, um prato de comida, muitas vezes por desencargo de consciência ou por livrar-se de importunação. É fazer-se doação aos irmãos no serviço fraterno.
 O Evangelho da Quarta-feira de Cinzas (Mt 6,1-6.16-18) apresenta as condições para a prática autêntica e frutuosa das obras penitenciais da Quaresma, como participação no mistério pascal de Cristo. À luz destas obras e no espírito da Campanha da Fraternidade, todos os anos, nos faz um apelo concreto de conversão, de mudança. Este ano, ela nos leva a refletir sobre o tema: “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22). Como podemos perceber pelo tema e lema, ela nos convida a rever nosso modo de pensar e agir em relação à natureza, obra de Deus. A humanidade, com a exploração, a depredação e a ânsia do lucro, acaba transformando Planeta em caos. Era hora de agir. Precisamos criar uma consciência ecológica de respeito à natureza como dom de Deus.
O tempo da Quaresma é o grande retiro espiritual das comunidades cristãs que se preparam para celebrar o acontecimento maior de nossa fé: a ressurreição de Jesus. Tempo favorável para fazermos o nosso caminho de conversão e renascermos em Cristo. Busque a conversão mediante a penitência e tenha uma santa Quaresma.

     Dom Franciscisco de Assis Dantas de Lucena 
           Bispo Diocesano de Guarabira – PB


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