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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Coração de Jesus, Alicerce da Família Cristã e fonte de Caridade

Por que o nosso coração continua velado, enquanto o coração do nosso Mestre e Senhor encontra-se dilato e exposto a amar a todos? O Culto ao Sagrado Coração não é uma expressão devocional voltada a um órgão do corpo humano. É preciso que compreendamos o verdadeiro sentido do coração, para a cultura semita. O Coração para o povo do Antigo Israel é a síntese do ser humano, conhecê-lo é deter a ciência a cerca do próprio ser. Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe” (Sl 138,13). Os rins é a designação bíblica para o Coração, ao passo que sondá-lo equivale a estabelecer com ele um elo de intimidade.                             
Jesus aparece no Evangelho pondo o coração como fonte e destino de todos os sentimentos humanos (Mc 7,19). E ainda, nos vários milagres eucarísticos, aparece esta aproximação da doutrina eucarística, em relação a Divina Misericórdia, sobretudo em Lanciano onde a Hóstia Consagrada se converteu em carne viva de coração. Por isso, nos é apropriado proclamar o Sagrado Convívio como Coração Eucarístico do Senhor, que continua a pulsar de amor pela família.                                                    
Comunidade Cristã, que encontra no silêncio orante do Senhor uma Palavra basilar para a convivência, ao passo que como sociedade cristã vai se fazendo ambiente de partilha e de perdão. Buscando no Coração misericordioso de Jesus o verdadeiro sentido para a convivência, apesar das inúmeras diferenças que marca a identidade de cada indivíduo: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.” (Mt 11,29). Uma Lei que se converteu em graça pela suavidade do triunfo da manhã luminosa da ressurreição, sobre a tarde nefasta e escura da sexta-feira.
Uma autêntica família que tem em seu lar o Sagrado Coração como inspiração para o agir, deve ter um comportamento pautado na mesma dinâmica do pulsar do Coração do Divino Redentor, como se estivéssemos reproduzindo aqui na terra, uma sinfonia celestial, a Caridade.
A prática caritativa exige de nós o perene sacrifício, oferecendo algo de nós estaremos participando do mistério de Deus. Caridade é amor aplicado no cotidiano de nossas vidas. Como aquela criança curiosa em busca da sabedoria que estava a olhar para Imagem do Sagrado Coração e em certo momento questionou o Padre. Por que esta imagem tem o coração fora do peito? O Padre meio que sem jeito, respondeu-lhe: Porque Ele muito amou. O menino num ato surpreendente continuou a questionar: E Por que o seu coração não está como o dele? Esta é a pergunta que o mundo faz a nós cristãos.
  
PADRE RENATO
(Diretor Diocesano do AO)

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