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domingo, 15 de julho de 2012

Família, Projeto de Deus

Artigo

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Guarabira
Secretário da CNBB Regional Nordeste 2


O XX Congresso Nacional do ECC – Encontro de Casais com Cristo acontece de 13 a 15 de julho de 2012, em Presidente Prudente-SP, com o tema: “Família, projeto de Deus”. Homem e mulher são queridos por Deus, para que vivam um para o outro, numa comunhão de pessoas. No matrimônio, Deus os une de maneira que, formando “uma só carne” (Gn 2,24), possam transmitir a vida humana, cooperando na obra da Criação.O Congresso conta com a participação intensa de casais de todo o país, além de Bispos, Sacerdotes e convidados, com o objetivo de discutir possíveis mudanças no documento nacional do ECC e partilhar através de painéis de experiências realizadas pelo serviço do ECC em todo o Brasil. O ECC foi fundado em 1970 pelo Padre Afonso Pastore, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em São Paulo. Sete anos depois, os idealizadores do projeto realizam o primeiro Congresso, sediado na paróquia onde o ECC nasceu. É preciso trazer a família para o centro das reflexões da sociedade e da própria Igreja Católica. Foi escolhido como lema: “Prudente é o homem que edifica sua casa sobre a rocha”, um trocadilho para colocar o nome da cidade-sede do XX Congresso. A família é uma realidade humana muito significativa. As relações familiares e o matrimônio não podem ser colocados em segundo plano. É comum ouvir que a família já é uma instituição “superada”, pelo menos na sua forma natural e mais evidente, formada por um casal – homem e mulher, e por filhos. Há poucos dias, li num artigo que há uma forte pressão cultural e de grupos ideológicos militantes para fazer valer um “novo conceito de família”, separando casamento e família, ou casamento, família e procriação. Pretende-se negar a própria identidade da família. Será isso um avanço da sociedade? Nas atuais tendências culturais, há uma grande desorientação sobre os rumos da família. No tempo de Jesus, quando desrespeitaram o matrimônio, Ele disse: “no princípio, quando Deus fez homem e mulher, não foi assim” (cf. 19,3-8). E a Igreja, no cumprimento de sua missão, continua a indicar o rumo para o matrimônio e a família, contribuindo para uma sociedade sadia. A família é o alicerce da sociedade. Se a família não vai bem, a sociedade também não irá bem. E o rumo que a Igreja apresenta não pode ser diferente daquele que Deus indicou, já “no princípio”, já na natureza humana, e que Cristo confirmou. A família não pode perder sua evidência vital. Refletir como cristãos sobre a família hoje é uma necessidade, pois estamos sujeitos a uma pressão contrária constante, e não cristã, que, sem que o percebamos, transforma nosso pensar, e o transforma para pior. Nas revistas, novelas, filmes e livros, o amor dos esposos não é mais entendido como uma entrega da vida de um para o outro que, passando pelas crises do convívio, sempre perdoa, ressurge, renasce, renova, cresce e amadurece. O amor é entendido como busca da "minha" felicidade, isto é, como busca de si, tornando o amor entre os esposos superficial e frágil, e, com isso, não há capacidade de resistir às inevitáveis tempestades da vida. O amor esponsal cristão como "decisão de toda uma vida" tem como referencial o amor com que o Senhor nos amou. É um amor que exige busca e luta, sim, mas que dá profunda realização ao viver conjugal. A família precisa ser devidamente reconhecida, cuidada e amparada. Uma sociedade que descuida da família, criada por Deus, descuida de suas próprias bases. O ECC trabalha para que as famílias sejam “Igrejas domésticas”, “formadoras de pessoas”, “promotoras de uma sociedade desenvolvida” e “educadoras na Fé”. Ele crê na vida, crê na família. O XX Congresso vem fortalecer cada vez mais o ECC em todo o Brasil. Que Deus abençoe o ECC e as famílias, para que sejam fiéis à missão que Ele lhes confiou.

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