Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Guarabira
Secretário da CNBB Regional Nordeste 2
O
XX Congresso Nacional do ECC – Encontro de Casais com Cristo acontece de 13 a
15 de julho de 2012, em Presidente Prudente-SP, com o tema: “Família, projeto
de Deus”. Homem e mulher são queridos por Deus, para que vivam um para o outro,
numa comunhão de pessoas. No matrimônio, Deus os une de maneira que, formando
“uma só carne” (Gn 2,24), possam transmitir a vida humana, cooperando na obra
da Criação.O Congresso conta com a participação intensa de casais de todo o
país, além de Bispos, Sacerdotes e convidados, com o objetivo de discutir
possíveis mudanças no documento nacional do ECC e partilhar através de painéis
de experiências realizadas pelo serviço do ECC em todo o Brasil. O ECC foi
fundado em 1970 pelo Padre Afonso Pastore, na Igreja Nossa Senhora do Rosário,
em São Paulo. Sete anos depois, os idealizadores do projeto realizam o primeiro
Congresso, sediado na paróquia onde o ECC nasceu. É preciso trazer a família
para o centro das reflexões da sociedade e da própria Igreja Católica. Foi
escolhido como lema: “Prudente é o homem que edifica sua casa sobre a rocha”,
um trocadilho para colocar o nome da cidade-sede do XX Congresso. A família é
uma realidade humana muito significativa. As relações familiares e o matrimônio
não podem ser colocados em segundo plano. É comum ouvir que a família já é uma
instituição “superada”, pelo menos na sua forma natural e mais evidente,
formada por um casal – homem e mulher, e por filhos. Há poucos dias, li num
artigo que há uma forte pressão cultural e de grupos ideológicos militantes
para fazer valer um “novo conceito de família”, separando casamento e família,
ou casamento, família e procriação. Pretende-se negar a própria identidade da
família. Será isso um avanço da sociedade? Nas atuais tendências culturais, há
uma grande desorientação sobre os rumos da família. No tempo de Jesus, quando
desrespeitaram o matrimônio, Ele disse: “no princípio, quando Deus fez homem e
mulher, não foi assim” (cf. 19,3-8). E a Igreja, no cumprimento de sua missão,
continua a indicar o rumo para o matrimônio e a família, contribuindo para uma
sociedade sadia. A família é o alicerce da sociedade. Se a família não vai bem,
a sociedade também não irá bem. E o rumo que a Igreja apresenta não pode ser
diferente daquele que Deus indicou, já “no princípio”, já na natureza humana, e
que Cristo confirmou. A família não pode perder sua evidência vital. Refletir
como cristãos sobre a família hoje é uma necessidade, pois estamos sujeitos a
uma pressão contrária constante, e não cristã, que, sem que o percebamos,
transforma nosso pensar, e o transforma para pior. Nas revistas, novelas,
filmes e livros, o amor dos esposos não é mais entendido como uma entrega da
vida de um para o outro que, passando pelas crises do convívio, sempre perdoa,
ressurge, renasce, renova, cresce e amadurece. O amor é entendido como busca da
"minha" felicidade, isto é, como busca de si, tornando o amor entre
os esposos superficial e frágil, e, com isso, não há capacidade de resistir às
inevitáveis tempestades da vida. O amor esponsal cristão como "decisão de
toda uma vida" tem como referencial o amor com que o Senhor nos amou. É um
amor que exige busca e luta, sim, mas que dá profunda realização ao viver
conjugal. A família precisa ser devidamente reconhecida, cuidada e amparada.
Uma sociedade que descuida da família, criada por Deus, descuida de suas
próprias bases. O ECC trabalha para que as famílias sejam “Igrejas domésticas”,
“formadoras de pessoas”, “promotoras de uma sociedade desenvolvida” e
“educadoras na Fé”. Ele crê na vida, crê na família. O XX Congresso vem
fortalecer cada vez mais o ECC em todo o Brasil. Que Deus abençoe o ECC e as
famílias, para que sejam fiéis à missão que Ele lhes confiou.
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