O mês de setembro é dedicado, de modo especial, à Bíblia, o livro da Palavra de Deus. Precisa-se ler freqüentemente a Sagrada Escritura, aconselhada a todos os cristãos. Dizia S. Jerônimo: ”desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo”. É preciso ler a Bíblia pessoalmente, na família, em grupos, nos círculos bíblicos. As possibilidades são muitas. Antes de tudo, é necessário valorizar a Palavra de Deus em todas as celebrações litúrgicas. Toda liturgia está impregnada da Palavra de Deus: as leituras bíblicas, as antífonas e salmos, a homilia e muitas expressões que permeiam, com abundância, todos os textos das celebrações da Igreja. A liturgia é o lugar privilegiado do anúncio e da acolhida da Palavra de Deus. Ela está na Igreja, na comunidade de fé, que é lugar certo para a proclamação, a acolhida e a resposta à Palavra da salvação. A Palavra de Deus reúne a comunidade, educa e anima seus membros, orienta suas decisões e sua prática e a impele para a missão no meio do mundo. A Igreja é a casa da Palavra de Deus; ela mesma não tem outra palavra que não seja a de Deus, ou condizente com ela.
A Igreja proporciona a iniciação à vida cristã, a nossa educação na fé, a leitura orante da Palavra, o estudo atento dos textos e a formação dos ministros da Igreja, dos religiosos e de todos os fiéis para a boa acolhida e resposta à Palavra de Deus. Insiste-se, pois, na necessidade de ajudar as pessoas a terem um contato assíduo com a Palavra Deus: “Senhor, só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Muitos jovens manifestam sua alegria, quando ajudados a ler a Escritura e a compreendê-la como Palavra de Deus; muitas pessoas se convertem por descobrirem a Bíblia e aprenderem a lê-la com fé.
É preciso oferecer a Palavra de Deus aos doentes, idosos e todas as pessoas fragilizadas em sua vida; é força animadora, pão da vida, “remédio” que faz viver. Essas pessoas precisam saber que Deus lhes dirige a Palavra e está com elas, dando sentido ao sofrimento e à dor. Palavras humanas têm eficácia humana; a Palavra de Deus tem a força de Deus. A “Palavra do Senhor é proteção para aqueles que a Ele se confiam” (cf Sl 17/18). Em tudo isso, há uma questão fundamental, ponto de partida para toda reflexão sobre a Bíblia, e sobre o qual deveremos insistir muito: A S. Escritura, na aparência de um livro como tantos outros, é diferente de todos. Nela, Deus nos dirige sua Palavra, convidando-nos a um diálogo de amor com Ele. Deus nos fala também hoje através de sua Palavra. Por isso, é preciso ler a Palavra da Escritura com fé, em sintonia e comunhão com a comunidade de fé.
A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação (Cf. DV 9). Antes da leitura da Palavra, devemos invocar sempre o Espírito Santo, para que Ele nos revele o sentido das Escrituras: “Ele vos ensinará toda a verdade” (Jo 16,13).
A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação (Cf. DV 9). Antes da leitura da Palavra, devemos invocar sempre o Espírito Santo, para que Ele nos revele o sentido das Escrituras: “Ele vos ensinará toda a verdade” (Jo 16,13).
Recomendo, pois, o exercício da leitura orante da Bíblia, em grupos ou individualmente. Os passos são os seguintes: 1) Leitura de um trecho da Bíblia, previamente escolhido; no qual procuramos compreendê-lo, sem a pretensão de ir logo tirando mensagens e conclusões; 2) Meditação sobre o texto, respondendo a esta pergunta: o que Deus diz para mim, ou para nós, através desse texto? Agora, sim, procuramos ouvir Deus a nos falar e acolhemos sua voz; 3) Oração. Respondemos à pergunta: o que o texto me faz dizer a Deus? Lembremos sempre que a boa leitura bíblica acontece só no dialogo da fé: Deus fala, nós ouvimos e acolhemos, e também respondemos a Deus e lhe falamos. O texto pode suscitar vários tipos de oração: louvor, a profissão de fé, a ação de graças, a adoração, o pedido de perdão e de ajuda; 4) Contemplação. Neste momento, nos “demoramos na Palavra” e aprofundamos a compreensão do mistério de Deus e do seu desígnio de amor e salvação; ao mesmo tempo, nos dispomos a acolher em nossa vida concreta aquilo que a Palavra nos ensina, renovando nossos bons propósitos e a obediência da fé. Será difícil fazer isso? A experiência diz que não. É só começar; aprende-se praticando.
A preciosidade da Palavra de Deus e sua importância para a vida cristã valem algum esforço de nossa parte. “Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática!” (Lc 11,28). Que o mês da Bíblia nos ensine a rezar e meditar bem a Palavra Revelada de Deus e, consequentemente, à luz do Espírito Santo, colocá-la em prática!
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira(PB)
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