“O Sínodo é uma expressão eclesial, isto
é, a Igreja que caminha unida para ler a realidade com os olhos da fé e
com o coração de Deus. O Sínodo se move necessariamente no seio da
Igreja e dentro do santo povo de Deus, do qual nós fazemos parte na
qualidade de pastores, ou seja, de servidores. Além disso, o Sínodo é um
espaço protegido onde a Igreja experimenta a ação do Espírito Santo”,
disse o papa Francisco, na abertura do segundo dia dos trabalhos
sinodais, na manhã de hoje, 5.
A 14ª Assembleia Ordinário do Sínodo dos
Bispos sobre a Família iniciou no domingo, 4, no Vaticano. Com o tema
“A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, a
reunião prosseguirá até o dia 25 de outubro.
A Assembleia conta com a participação de
270 padres sinodais, provenientes dos cinco continentes, assim
divididos: 54 da África, 64 da América, 36 da Ásia, 107 da Europa e 9 da
Oceania. Colaboram com os trabalhos 24 especialistas, 51 auditores e
auditoras e 14 delegados fraternos. Além disso, 18 casais estão
presentes na Assembleia Sinodal.
Oração e trabalho
Após rezarem a hora média, o
presidente-delegado, cardeal Vingt-Trois, saudou os participantes do
Sínodo. Na sequência, o papa Francisco acolheu os padres sinodais e
colaboradores da Assembleia Sinodal. Ele recordou que o Sínodo não é um
congresso ou um parlatório, não é um parlamento nem um senado. “Mas é um
caminhar juntos, com o espírito de colegialidade e de sinodalidade,
adotando corajosamente a parresia, o zelo pastoral e doutrinal, a
sabedoria, a franqueza e colocando sempre diante dos olhos o bem da
Igreja, das famílias”, pontuou o papa.
Para Francisco, o Sínodo só poderá ser
um espaço da ação do Espírito Santo se os participantes se revestirem de
coragem apostólica, de humildade evangélica e de oração confiante.
“A coragem apostólica que não se deixa
intimidar nem diante das seduções do mundo, que tendem a apagar do
coração dos homens a luz da verdade, substituindo-a com pequenas e
temporárias luzes; a humildade evangélica que sabe esvaziar-se das
próprias convicções e preconceitos para ouvir os nossos irmãos;
humildade que leva a apontar o dedo não contra os outros para julgá-los,
mas para estender a mão, para erguê-los sem jamais se sentir superiores
a eles”.
Ao final do discurso, o papa recordou
que “sem ouvir Deus, todas as palavras serão somente palavras que não
saciam nem servem. Sem deixar-se guiar pelo Espírito, todas as nossas
decisões serão somente decorações que, ao invés de exaltar o Evangelho, o
cobrem e o escondem”.
Em
coletiva de imprensa, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cardeal
Lorenzo Baldisseri, disse que, durante os trabalhos da Assembleia, será
mantido o critério já expresso pelo papa Francisco. “O Sínodo deve ser
um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir; de modo que os
padres sinodais tenham a liberdade de se expressarem com coragem",
explicou. Informações estão disponíveis no portal
da Assembleia Sinodal no endereço synod15.vatican.va. Diariamente haverá
coletiva de imprensa com padres sinodais. Siga também pelo Twitter da
Sala de Imprensa da Santa Sé - @HolySeePress e notícias pela hashtag
#Synod15.
Participantes do Brasil
O país está representado pelo arcebispo
de Aparecida (SP) e presidente-delegado do Sínodo, cardeal Raymundo
Damasceno Assis. Entre os delegados escolhidos pela Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e confirmados pelo papa estão o arcebispo
de Brasília (DF) e presidente da Conferência, dom Sergio da Rocha; o
bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini; o arcebispo de Mariana
(MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, e o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal
Odilo Pedro Scherer.
O cardeal brasileiro João Braz de Aviz
também participa da Assembleia Sinodal por ser o prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida
Apostólica, um dos dicastérios da Cúria Romana. Pela nomeação
pontifícia, está o arcebispo de Manaus (AM), dom Sérgio Eduardo
Castriani.
Outros brasileiros participam do
Sínodo:o o professor emérito de Teologia Moral e Ética no Instituto
Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), padre Antonio Moser, que
colabora na secretaria especial; os professores Ketty Abaroa de Rezende e
doutor Pedro de Jussieu Rezende, da Universidade Estadual de Campinas
(SP) e que estão envolvidos em trabalhos pastorais sobre os desafios da
família, como auditores; Tiago Gurgel do Vale, como assistente.
O pastor luterano Walter Altmann, também
presente no Sínodo, está entre os delegados fraternos representando o
Conselho Mundial de Igrejas (CMI), no qual atuou como mediador.
Documento final
A Comissão para a Elaboração do
Relatório Final nomeada pelo papa Francisco é composta por
representantes dos cinco continentes: cardeal Péter Erdo, arcebispo de
Esztergom-Budapeste (Hungria); dom Bruno Forte, arcebispo de
Chieti-Vasto (Itália); cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim
(Índia); cardeal Donald William Wuerl, arcebispo de Washington (EUA);
dom John Atcherley Dew, arcebispo de Wellington (Nova Zelândia); o
arcebispo Victor Manuel Fernández, reitor da Pontifícia Universidade
Católica Argentina (argentina); dom Mathieu Madega Lebouakehan, bispo de
Mouila (Gabão); dom Marcello Semeraro, bispo de Albano (Itália); padre
Adolfo Nicolás Pachón, S.I., propósito Geral da Companhia de Jesus,
representando a União dos Superiores Gerais.
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