A procissão
de Corpus Christi lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca
da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no
deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
A
Santíssima Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de
Jesus por nós. É pela Eucaristia que tomamos parte na vida divina, nos unindo a
Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida
divina aqui na Terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu,
quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
Na
procissão de Corpus Christi acompanhamos o Ressuscitado no seu caminho pelo
mundo inteiro, como dissemos. E, precisamente fazendo isto, respondemos também
ao seu mandamento: “Tomai e comei… Bebei todos” (Mt 26, 26s.). Comer este pão é
comunicar, é entrar em comunhão com a pessoa do Senhor vivo. Esta comunhão,
este ato de “comer”, é realmente um encontro entre duas pessoas, é deixar-se
penetrar pela vida d’Aquele que é o Senhor, d’Aquele que é o meu Criador e
Redentor. A finalidade desta comunhão, deste comer, é a assimilação da minha
vida à sua, a minha transformação e conformação com Aquele que é Amor vivo.
Por isso,
esta comunhão exige a adoração, requer a vontade de seguir Cristo, de seguir
Aquele que nos precede. Assim sendo, a adoração e a procissão fazem parte de um
único gesto de comunhão; respondem ao seu mandamento: “Tomai e comei”.
Uma
dimensão da Eucaristia é a de banquete. A Eucaristia nasceu na noite de
Quinta-feira Santa, no contexto da ceia pascal. Traz, por conseguinte, inscrito
na sua estrutura o sentido de sentar-se à mesa: “Tomai, comei… Tomou, em
seguida, um cálice e… entregou-lho dizendo: Bebei dele todos…” (cf. Mt
26,26.27). Este aspecto exprime bem a relação de comunhão que Deus quer
estabelecer conosco e que nós mesmos devemos fazer crescer uns com os outros.
Irmãos,
celebremos com fé e esperança esta manifestação pública de Jesus Eucarístico
pelas ruas e coloquemo-nos como adoradores de Jesus Sacramentado para que a
nossa vida seja uma perene Eucaristia!
Trechos do
texto de Dom Orani João Tempesta Arcebispo do Rio de Janeiro – RJ
Fonte: CNBB
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