O
desafio de anunciar o Evangelho na era digital e através da convergência de
mídias foi discutido na manhã desta quinta-feira, 7 de novembro de 2013,
durante o Curso de Comunicações para bispos. O evento segue até amanhã, 8, e
tem despertado o interesse dos epíscopos pela comunicação para além dos
veículos tradicionais.
Reconhecer
o ambiente digital como espaço pastoral foi uma das proposições do teólogo e
editor da revista italiana La Civiltà Cattolica, padre Antonio Spadaro. O teólogo ressaltou a
urgência em se pensar e pôr em prática a Pastoral Digital. Assim como as tantas
pastorais existentes na Igreja, esta criaria comunidades eclesiais com
experiências e relações humanas permitindo e valorizando a participação das
pessoas. “As Redes Sociais não só transmitem mensagem, mas criam relações. A
Igreja é chamada a construir humanidade”, afirmou o teólogo.
Padre Spadaro lembrou que a comunicação e o
testemunho se complementam. “As palavras do papa Francisco sempre vêm
acompanhadas de gestos. Se você não dá testemunho, as pessoas não entendem.
Comunicar significa testemunhar. O anúncio do Evangelho que não passa por uma
vida autêntica não transmite confiança”, explicou.
O professor e doutor em Ciências das
Comunicações, Elson Faxina, refletiu com os bispos sobre “Convergências
midiáticas na era da cultura digital”. Faxina iniciou a conferência com uma
dinâmica que mexeu, literalmente, com os bispos. Todos em pé movimentaram o
corpo num exercício físico e de espiritualidade.
O jornalista reafirmou a busca das pessoas pela
inserção numa comunidade. “Quando eu entro na internet, eu estou não só
procurando outro, mas esta é uma busca de si no outro. Não mudou nada na
vontade de pertencimento com a era da cultura digital. Tudo é como antes. O que
há é uma pluralização de meios, o que mudou foi a forma de comunicar”, disse.
Faxina deixou um questionamento: “Em nossa
diocese a gente está usando a convergência de mídias para que as pessoas sintam
essa sensação de pertencimento? A participação é a forma que temos das pessoas
se sentirem gente.” E acrescentou: “Os veículos de comunicação da Igreja
precisam fazer a ponte com o nosso plano de pastoral. A rádio interagir com o
jornal, com a televisão. A reportagem não é discurso. É história de vida. Temos
ainda que inserir os jovens. Aproveitar e estimular o interesse e talento deles
em relação às novas tecnologias”, afirmou.
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