No início de novembro,
celebramos a Solenidade de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos. No dia
de Finados, unimo-nos aos nossos irmãos e irmãs já falecidos, que se encontram
na casa do Pai, e, na Solenidade de todos os Santos, dos que já fazem parte na
comunhão dos santos da Igreja celeste. Para que todos possam participar da
Eucaristia, é transferida, no Brasil, para o domingo seguinte ao dia primeiro
de novembro, quando este ocorrer em dia da semana. Os santos são nossos intercessores e modelos
de vida cristã. Eles não ocupam o lugar de Jesus; ao contrário, eles nos
conduzem a Cristo. Por meio dos seus exemplos, somos motivados a segui-lo
fielmente. Todos os Santos, isto é, os redimidos em Cristo, que viveram antes
de nós, a partir de Maria, formam uma comunhão, uma unidade: são o corpo
glorificado de Cristo, a Igreja dos bem-aventurados.
A Comunhão dos Santos é
uma realidade consoladora de nossa fé. Nós não estamos sozinhos, existe uma
comunhão de vida entre todos os que pertencem a Cristo. Essa Comunhão tem como
modelo a relação de amor existente entre Cristo e o Pai no Espírito Santo. É o
amor de Deus que nos une e nos purifica do egoísmo e de todas as divisões no
mundo. Nós experimentamos que a comunhão com os irmãos e irmãs leva-nos à
comunhão com Deus. Mesmo nos momentos de dificuldade, de incerteza e de dúvida,
precisamos do apoio da fé dos outros. É importante abrirmo-nos aos outros, ou
seja, apoiarmo-nos uns aos outros na fé. Jamais nos fechar, mas buscar ajuda
espiritual naqueles que conosco partilham a experiência cristã. Quem de nós não
experimentou inseguranças, perdas e mesmo dúvidas no caminho da fé? Tudo isso
não deve nos espantar, porque somos seres humanos, marcados por fragilidades e
limites. É importante lembrar que a Comunhão dos Santos não acaba com a morte:
todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e os santos que estão
no Céu formam uma grande família, que se mantêm unida através da intercessão de
uns pelos outros.
Os santos
são “bem-aventurados”, isto é, “felizes” (Mt 5,1-12). Eles não foram pessoas
tristes ou infelizes neste mundo, embora tenham passado por provações,
abraçando a cruz de cada dia. São santos e felizes os que vivem as
bem-aventuranças: os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os
puros de coração, os aflitos consolados por Deus, os que têm fome e sede de
justiça, os perseguidos por causa da justiça. Este é o caminho da santidade
proposto por Jesus. Somos todos chamados a ser santos, trilhando o caminho das
bem-aventuranças e, deste modo, experimentando a felicidade verdadeira e
duradoura que vem de Deus. Que os Santos e Santas roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos
e o que eles são, todos nós somos chamados a ser. Também nós somos chamados a
participar da multidão dos santos e santas.
Dom Francisco de
Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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