É
tempo de olhar para o Senhor, imolado por nós e, por nós, ressuscitado. Jesus é
a verdadeira vinha plantada pelo Pai (cf. Jo 15-1-8). Na obediência e na
fidelidade, ele deu fruto de vida eterna.
Essa Videira viva e verdadeira, plena do Santo Espírito, que é a vida do Pai,
nos vivifica. Foi por nós que Jesus, a Videira, morreu; foi por nossa causa que
ele ressuscitou! “Todo ramo que em mim não dá fruto o Pai o corta; e todo ramo
que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Permanecei em mim e eu
permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira, assim também vós, não podeis dar fruto, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós sois os ramos". Fomos
enxertados na videira verdadeira. Em Jesus, somos a Igreja, a vinha eleita do
Senhor. Somo-lo, porque, pelo batismo, fomos enxertados em Cristo e, agora,
vivemos da sua seiva bendita, que é o Santo Espírito. Sabemos que Deus
permanece conosco e nós nele, porque temos o seu Espírito (cf. 1Jo 3,18-24).
Que realidade maravilhosa: estamos unidos a Cristo de verdade, de verdade
vivemos a sua vida nova, vida que ele adquiriu na ressurreição. O que o Senhor
espera de nós? Que não produzamos uvas azedas! O Senhor espera de nós frutos
doces; doces da doçura do Cristo que, por nosso amor, fez-se obediente até a
morte e morte de cruz!
Que devemos fazer para produzir frutos no Senhor? Crer em Jesus e nos amarmos
uns aos outros, como ele nos mandou. Ser cristão é viver enxertado em Cristo e
nos tornamos ramos da mesma videira. A Igreja não é simplesmente a soma dos
fiéis. Não somos nós que fazemos a Igreja. Ela nasce de Cristo, ela nos é
anterior; e nós, pela graça de Deus, somos nela enxertados pelo batismo e pela
eucaristia. Ser cristão é ser Igreja; e ser Igreja é estar profundamente unido
a Cristo e, em Cristo, unidos uns aos outros. Nunca esqueçamos: vivemos a mesma
vida, nutrimo-nos da mesma seiva: esta vida, esta seiva é o Santo Espírito do
Ressuscitado! Fora de Cristo, que fruto daríamos? Separados do tronco, fora da
videira, como permaneceríamos vivos da vida divina? Como poderíamos produzir
frutos de vida eterna? É permanecendo em Cristo, cabeça e tronco da Igreja, que
viveremos da sua energia, da sua seiva, isto é, do seu Espírito Santo.
Somos convidados, ainda, a refletir sobre como cada um de nós está
vivendo a comunhão no dia a dia, a começar da vida em família, que deveria ser
o primeiro espaço de vivência da unidade, que brota do amor e da fé em Cristo.
É preciso superar ressentimentos e antipatias; dialogar e perdoar; ajudar os
que erram; tomar a iniciativa de amar e servir, como Cristo, por causa dele, e
nele confiando. Assim fazendo, amamos o próximo "não só com palavras e de
boca, mas com ações e de verdade" (1Jo 3,18). A experiência da videira e
dos ramos se prolongará, deste modo, na vida familiar e em outros ambientes em
que vivemos. Acolhamos sempre a palavra de Jesus e tornemo-nos seus
discípulos.
Dom Francisco de Assis Dantas de
Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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