Celebramos a festa dos Apóstolos Pedro
e Paulo (28.06.2015) que muito tem marcado a Igreja, especialmente pelo
testemunho de fidelidade a Cristo. Mortos na perseguição de Nero pelo ano 64.
Através destes dois apóstolos a Igreja celebra sua apostolicidade: Creio na
Igreja una, santa, católica e apostólica.
A Igreja não pode ser fundada por
ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho
daqueles Doze primeiros que ele mesmo escolheu. Seu alicerce, sua origem, seu
fundamento são o ministério e a pregação apostólicas que, na força do Espírito
Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos, graças à sucessão apostólica dos
Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é
apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem
tampouco deixada às modas de cada época. Não somos nós, mas o Cristo no
Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja.
Apóstolo não é somente aquele que
anuncia Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele
conviveu, nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam
Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria
morte. Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de
tudo quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós
mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de
argila, para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso” (2Cor
4,5.7).
Jesus fundamenta sua Igreja sobre a fé
de Pedro. Mesmo a ação missionária de Paulo submete-se à autoridade de Pedro.
Em Pedro e Paulo reflete-se a Igreja de Cristo. Uma Igreja que imita a Cristo
(At 12,1-11). Uma Igreja que dá testemunho de Cristo.
Iluminados pela Palavra de Deus, somos
motivados a imitar os exemplos que Pedro e Paulo nos deixaram. Eles não
foram cristãos apenas por palavras, mas pelo testemunho corajoso até à morte.
Quando Pedro se encontrava na prisão,
por anunciar o Evangelho, não lhe
faltaram a oração da Igreja e o auxílio do Senhor naquela situação tão difícil
(cf. At 12,5). A solidariedade por meio da oração é uma atitude a ser sempre
cultivada em nossas comunidades. Não pode faltar apoio fraterno aos que sofrem
perseguições por causa da fé em Cristo e da participação na Igreja. Paulo,
também perseguido e preso por causa da pregação do Evangelho, ressalta a sua
serenidade e confiança em Deus: “o Senhor esteve a meu lado e me deu forças”
(2Tm 4,17).
O testemunho dos Apóstolos continua a
ecoar na Igreja, nos estimulando a repetir, com os lábios, o coração e a vida,
a profissão de fé de Pedro diante de Jesus: “Tu és o Messias, o Filho de Deus
vivo” (Mt 16,16). É feliz quem professa esta mesma fé, pela graça de Deus,
especialmente nos momentos mais difíceis da vida. Fazemos isso, em profunda
comunhão com o sucessor do Apóstolo Pedro, comemorando nesta festa o Dia do
Papa. A palavra de Jesus dirigida a Pedro fundamenta a missão exercida na
Igreja, por ele e seus sucessores: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei
a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,19).
Rezemos pelo Papa Francisco, seguindo
o exemplo da Igreja nascente que estava unida ao apóstolo Pedro em oração. O
Senhor, nosso Deus, que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o
conserve são e salvo à frente da sua Igreja confirmando os irmãos e irmãs.
Dom
Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira (PB)
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