O
Advento é o tempo de chegada e o tempo de partida de cada Ano Litúrgico. Com
ele, este ano, começamos as leituras
dominicais do ano B, em que privilegiamos o Evangelho de São Marcos. É tempo de
preparação para a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens (Solenidade
do Natal) e da expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Eis o
tempo de piedosa e alegre expectativa.
Celebrar a liturgia é uma oportunidade
de aprofundar a fé e caminhar com esperança no futuro, vivendo em comunidade.
A coroa do Advento é uma das
características deste tempo: a cada semana acendemos uma das quatro velas,
preparando-nos para a celebração do mistério da encarnação: Ele veio, virá e
vem! O primeiro domingo orienta para a parusia final. O segundo e o terceiro
chamam a atenção para a vinda cotidiana do Senhor; o quarto domingo prepara-nos
para o nascimento de Cristo. Portanto, a liturgia contempla ambas as vindas de
Cristo, em íntima relação entre si.
A partir do dia 17 de dezembro, iremos
viver a preparação próxima do Natal, com sua liturgia própria e com as famosas
antífonas em “Ó” que contemplam Nossa Senhora da Expectação como Nossa Senhora
do Ó. Em Maria da Expectação vemos o Salvador já presente e ainda por vir. Importa preparar os presépios vivos para o
Senhor.
Toda a liturgia do Advento é apelo
para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa
vigilante, a esperança, a conversão, a pobreza. A expectativa vigilante
caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação é o Deus da
promessa, que manifestou em Cristo toda a sua fidelidade ao homem. Esta
expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. A vinda do
Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra,
mas quer que seja vivida. O nascimento de Jesus é uma festa alegre para os
anjos e para os homens que Ele vem salvar.
No Advento, toda a Igreja vive a sua
grande esperança. É tempo de conversão, como espera do Redentor! Não existe
possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo o coração,
na expectativa da Sua volta. A vigilância requer prontidão e, portanto,
desapego dos prazeres e bens terrenos. O comportamento de vigilante espera, na
alegria e na esperança, exige sobriedade, isto é, renúncia aos excessos e a
tudo aquilo que possa desviar-nos da espera do Senhor.
Outro comportamento que caracteriza
este tempo é o do pobre. Não apenas o pobre em sentido econômico, mas também o
pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apoia-se
totalmente nele. Maria emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as
promessas de Deus, confiam n’Ele e estão disponíveis, com plena docilidade, à
atuação do plano de Deus.
O tempo do Advento nos restitui a
esperança. A esperança que não nos desilude, porque é fundada na Palavra de Deus.
Deixemo-nos guiar por Maria Santíssima, que é mãe e sabe nos guiar, neste tempo
de espera e de vigilância para o Natal.
Vivamos com abertura de coração este
tempo privilegiado, e manifestemos nossa fé, com coragem, simplicidade e
alegria. Eis que o Senhor veio, virá e vem!
Dom
Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário