Celebrar o
ano litúrgico é celebrar a nossa fé, revivendo a vida do Cristo, não é uma
recordação de algo que passou, mas um reviver todo o acontecimento de Jesus no hoje
de nossas vidas, haja vista, que o mistério de Cristo que celebramos no
decorrer do ano litúrgico nos transporta ao momento do acontecimento, enquanto
sua encarnação, pregação, paixão, morte e ressurreição, bem como acontecimento
que está para vir. Como diz o Catecismo da Igreja Católica: “O Reino de Deus
penetra nosso tempo através das celebrações do ano litúrgico” (CIC 1168).
A Constituição Sacrosanctum Concilium diz que: “No
decorrer do ano litúrgico, revela-se todo o Mistério de Cristo, desde sua
Encarnação e Natividade até à Ascensão, o dia de Pentecostes e a feliz espera
da vinda do Senhor” (SC 102). Isto é muito belo, pois o tão grande Mistério de
Deus é desvelado na escuta atenta de sua Palavra e da santa Mesa da Eucaristia.
E através da escuta e alimentação da Palavra e do Pão da vida, nós, fiéis,
podemos ir entrando em contato com a realidade eterna do Senhor.
“O ciclo do ano litúrgico
e suas grandes festas são os ritmos fundamentais da vida de oração dos
cristãos” (CIC 2698). Justamente porque a nossa missão de cristãos é
espelhar-nos cada vez mais nos ensinamentos do Cristo, Mestre e Senhor e,
através dessa contemplação, nos tornar mais semelhantes a Ele. Por isso, a
celebração dos nossos irmãos que nos precederam e buscaram viver essa
contemplação é de muita importância.
Celebrar os santos e
santas e ver os seus mais variados testemunhos de vida, nos mostra que é
possível viver os ensinamentos de Jesus, e pô-los em prática na nossa vida
diária. Pois celebramos aqueles que, buscando o Senhor aqui na Terra, e
“conduzidos pela graça de Deus, foram recompensados com a salvação eterna, e
cantam nos céus o perfeito louvor de Deus” (SC 104).
No entanto, dentro de
tantas memórias, a memória da mais fiel e perfeita cristã não é esquecida, “a
Santa Igreja venera com especial amor a Bem-aventurada Mãe de Deus, Maria, que,
por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho” (SC 103).
Isto é, Maria tem seu lugar de honra dentro da celebração do mistério de seu
filho, Jesus.
Na celebração de Maria a
Igreja canta os louvores daquela que foi “escolhida, entre todas as mulheres, modelo
de santidade e advogada nossa, aquela que nos deu o Salvador, o Cordeiro sem
mancha, aquela, em que nos deu o Senhor, as primícias da Igreja, e a preservou
virgem, livrando-a da mancha do pecado original, e enriquecendo-a com a
plenitude da sua graça” como está no prefácio “Maria e a Igreja” (Missal Romano
p. 677, 716).
“O ano litúrgico é o
desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal” (CIC 1171). Nele,
os fiéis são convidados ao aperfeiçoamento de suas práticas e a “alcançar a
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem
Perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4,13)
Portanto, irmãos e irmãs
caríssimos (as), não percamos de vista a importância do ano litúrgico,
busquemos, pois, vivê-lo de modo a nos tornarmos “imitadores de Deus” (Ef 5,1)
e assim alcançarmos um dia a herança eterna para, junto com todos os Santos e
Santas e a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, cantarmos o eterno AMÉM Àquele
que é o princípio e para onde tudo converge, o nosso Eterno Pai, Senhor do céu
e da Terra e de tudo que existe.
Seminarista Felipe José
Xavier da Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário